domingo, 23 de novembro de 2008

Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega


Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega
http://cidadaniaparaodesenvolvimentonotamega.blogspot.com/
(Cabeceiras de Basto / Mondim de Basto / Celorico de Basto / Amarante)


COMUNICADO
SALVAR O TÂMEGA E A VIDA NO OLO

À população do Baixo Tâmega:

1. Tendo por base o «Programa Nacional das Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico» (PNBEPH), em Julho de 2008 o Instituto da Água, I.P. (INAG) adjudicou a concessão de cinco barragens na área da bacia hidrográfica do Tâmega, todas a implantar a montante da cidade de Amarante.
2. Ganhou actualidade a problemática da «cascata do Tâmega», que resulta do contrato para captação da água e construção da «Barragem de Fridão» (Amarante) à EDP, S.A., e da adjudicação das concessões para mais duas barragens no rio Tâmega (Daivões e Vidago) e de outras duas em cursos afluentes (rio Beça – Padroselos, e rio Torno/Louredo – Gouvães), estas à eléctrica espanhola IBERDROLA, S.A..
3. Este negócio da água para fins exclusivamente hidroeléctricos arrasta os cidadãos do Baixo Tâmega para a fase terminal de um processo de implosão do vale e desregulação de toda a ordem sistémica natural, pela plena artificialização do Tâmega e retirada das condições ambientais propícias à Vida.
4. O licenciamento à construção de mais cinco centrais hidroeléctricas na sub-bacia duriense do Tâmega configura uma acção de alienação abominável, de absoluta mercantilização dos caudais dos rios Tâmega e Olo, de desrespeito pelos valores da paisagem e dos ecossistemas ribeirinhos, de aviltamento do valor multidimensional do recurso da água, de sonegação das condições de segurança à vida no vale e da ordem natural da bacia.
5. A barragem a edificar em Fridão será uma «grande» construção betonada implantada em pleno leito fluvial, interceptando e retendo as águas do rio Tâmega 6 quilómetros a montante de Amarante, a uma altura de 110 metros superior à cota de assentamento do núcleo histórico desta cidade.
6. Com a albufeira criada por cerca de 42 quilómetros os terrenos mais férteis do vale do Tâmega serão submersos, particularmente nos concelhos de Basto, onde serão perdidas as praias fluviais, e diversas construções com valor histórico e patrimonial.
7. O escalão hidroeléctrico de «Fridão» é o que mais directa e imediatamente afectará a secção média-inferior do Tâmega – situada entre os territórios dos concelhos de Cabeceiras, Mondim, Celorico de Basto e Amarante –, integrando o grupo de barragens de classe I pelos danos potenciais sobre a ocupação humana, bens e ambiente, associados à onda de inundação no vale a jusante.
8. Pela construção de uma «grande» central hidroeléctrica em Fridão (Amarante) / Codeçoso (Celorico de Basto), o Governo não pode e não deve colocar as pessoas no vale do Tâmega perante riscos induzidos, desmesurados e incomportáveis, submetendo uma das suas comunidades nacionais mais debilitadas a um contexto ambiental artificial deplorável.
9. Igualmente nefasto será o transvase das águas do rio Olo (Lamas de Olo – Vila Real) para o rio Torno/Louredo (Gouvães da Serra – Vila Pouca de Aguiar), destinado a alimentar os caudais na barragem de Gouvães. Esta medida vai inviabilizar a monumentalidade natural da paisagem das «Fisgas» de Ermelo (Mondim de Basto), a «Zona de Pesca Reservada do Rio Olo», a agricultura e a moagem nas comunidades ribeirinhas, e a reactivação da patrimonial Central Hidroeléctrica do Olo.
10. Este cenário criado à região Tâmega constitui uma investida cega, rude e brutal, sem paralelo, sobre recursos naturais e culturais únicos. Recursos inalienáveis e vitais para o vale e toda a região Tâmega, factores de sustentabilidade local e regional que são muito mais potencialidades locais e regionais do que nacionais.
11. Valores multigeracionais e condições da própria Vida no Baixo Tâmega devem ser entendidos pelo Estado (central) como perenes e vitais – incomensuráveis do ponto de vista de alguma aferição económica e para o seu debilitado estado sócio-económico –, não podem ser reconvertidos em nenhum cenário de desenvolvimento que tenha como consequência a sua própria destruição.
12. Políticas públicas que reflectem falta de sensatez e respeito pela Vida nos planos local e regional, que alienam de forma irreversível os recursos naturais, a paisagem e o ambiente, que retiram a segurança e se constituem em ameaça às pessoas e à comunidade estarão sempre em desconformidade com a ordem de valores e de progresso que a civilização preconiza e persegue.
13. As populações da região do Tâmega estão conscientes dos valores patrimoniais ambientais, sociais e humanos patentes na área da bacia, nomeadamente na secção do território compreendida entre os concelhos de Cabeceiras, Mondim, Celorico de Basto e Amarante, que serão inexoravelmente afectados pela execução do «Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico».
14. O Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega exorta os órgãos de soberania do Estado Português:
– à consideração pelos objectivos da Organização das Nações Unidas (ONU) consagrados na «Declaração do Milénio» quanto ao que a cada um dos estados-membros compete em «pôr fim à exploração insustentável dos recursos hídricos»;
– à aplicação do «quadro de acção comunitária no domínio da política da água»;
– à consideração da necessidade em «garantir um uso eficiente, racional e parcimonioso deste recurso», enquanto desígnio orientador da política de gestão da água em Portugal consagrado no «Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água»;
– ao cumprimento do quadro legal que estabelece «as bases e o quadro institucional para a gestão sustentável das águas», em concordância com o princípio do «desenvolvimento sustentável»;
– à revisão das medidas em curso para gestão dos rios e dos recursos da água recaídas na bacia do Tâmega com o «Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico»;
– ao respeito pelas populações residentes no Baixo Tâmega e pelos valores presentes no território que a bacia comporta;
– à manutenção da integridade do rio Olo, sem captação do seu caudal em Lamas de Olo (Vila Real) nem transvase para a barragem de Gouvães (Gouvães da Serra – Vila Pouca de Aguiar);
– à retirada do escalão de Fridão (Amarante) do «Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico»;
– à anulação da concessão para captação de água e construção de uma barragem hidroeléctrica em Fridão (Amarante), atribuída à empresa Electricidade de Portugal, S.A. (EDP) pelo Instituto da Água, I.P./Ministério do Ambiente.

Pelo direito à vida no vale do Tâmega!
Pelo Tâmega livre da pressão das barragens!
Não ao transvase do rio Olo para a barragem de Gouvães!
Não à Barragem de Fridão, Sim ao desenvolvimento da Região!
Subscreve a petição «Salvar o Tâmega e a Vida no Olo», em
http://www.petitiononline.com/PABA/petition.html

http://cidadaniaparaodesenvolvimentonotamega.blogspot.com/

Abril

Abril…
Deu fim…

As torturas!
As prisões ilegais!
Aos bufos!
As perseguições!
Á autoridade camuflada!
Á democracia aldrabada!
Á guerra Colonial!
E a tanta coisa que estava mal…

Abril…
Troou-se…

A liberdade de expressão!
O direito ao trabalho!
Á saúde!
Á educação!
Á habitação!
Á justiça!
Direitos e pão!
Para todos ou não!

Abril Hoje…

Dominado por…
Mentira!
Hipocrisia!
Falsidade!
Demagogia!
Poder!
E alguma verdadeira democracia!

Mas não é o Abril que eu queria!

Rodrigo Oliveira.

2008-04-12

sábado, 15 de novembro de 2008

e tudo o padre deixou.


Ao que se sabe uma determinada marca de combustíveis, esta a fazer uma campanha de 2 cêntimos por litro para pagar um buraco deixado em certa instituição, então onde param os amigos do jantar de despedida do famoso? Porque não pagam eles?
Pára quem quis oferecer o raminho de oliveira!
Que deus te acompanhe e tenha uma… Senhora hora
Amem….

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

rio


O meu rio encantado



Eu fui ver o rio
O rio era encantado
Fiquei com tanto frio
A ver o rio, gelado

O seu leito Cristalino
Parece um fio dourado
O sol lá reluzindo
No seu leito congelado

O vento parece dizer
Corro, não olho para traz
Do rio eu vou, quer
Sossego e muita paz

A manha estava fria
E o vento cavalgava
O rio nada dizia
A água não caminhava

Parecia tudo tenso
A natureza parou
E eu ali suspenso
Sem saber o que se passou

R.O
6/4/2008

Amarante


AMARANTE
Tudo indica que Amarante deve a sua origem aos povos primitivos que demandaram a serra da Aboboreira (habitada desde a Idade da Pedra), embora se desconheça com exactidão o nome dos seus fundadores. Dá-se como certo, porém, que a urbe ganhou importância e visibilidade com a chegada de S. Gonçalo (1187-1259), nascido em Tagilde – Guimarães, que aqui se fixou depois de peregrinar por Roma e JerusalémEm tempos não muito longínquos, o concelho de Amarante pertencia administrativamente à província do Minho, fazendo fronteira com os concelhos de Celorico de Basto, Gestaço, Gouveia e Santa Cruz de Riba Tâmega (O). Com as reformas administrativas liberais do séc. XIX desapareceram os municípios de Gouveia, Gestaço e Santa Cruz de Ribatâmega, tendo o de Amarante recebido a maioria das suas freguesias. Desde então o concelho estende-se por uma área de 301,5 quilómetros quadrados, a que correspondem, hoje, 40 freguesias, 18 ao longo da margem direita do rio Tâmega e 22 da margem esquerda, ocupando uma posição de destaque na região do Douro - Tâmega.Tem uma população de 59 638 habitantes e uma densidade populacional de 197,8 habitantes por quilómetro quadrado. Rico em termos paisagísticos, para o que contribuem decisivamente as serras do Marão e Aboboreira e o rio Tâmega, o concelho de Amarante reúne também um conjunto notável de edifícios e monumentosNo Centro Histórico da cidade merecem referência a Ponte, o Convento e Igreja de S. Gonçalo, as Igrejas de S. Pedro e S. Domingos, a Casa da Cerca e o Solar dos Magalhães. Fora da urbe, o destaque vai para os Paços do Concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega, o Mosteiro de Travanca e para o românico das igrejas de Mancelos, Jazente, Freixo de Baixo, Gatão ou Gondar.As festas grandes em Amarante, em honra de S. Gonçalo, acontecem no primeiro fim de semana de Junho. O feriado municipal tem lugar a 8 de Julho. No concelho, na área do artesanato, o destaque para o barro negro de Gondar, a cestaria, as rendas e os bordados, as mantas e as meias de lã.
É também rica na gastronomia, são exemplos o cabrito no forno, as tripas á moda do Porto, cosido á portuguesa, o arroz de cabidela, bacalhau com pimentos, os rojões á minhota. Tudo isto acompanhado com o famoso néctar da uva que no que os vinhos verdes concerne não há melhor no mundo.
Para a sobre mesa nada mais simples que os mundialmente conhecidos, Papos de Anjo, As Lerias, As Brisas, Os Foguetes, Os fios de Ovos, entre outros, tudo isto no âmbito da doçaria conventual. Como diria Teixeira de Pascoais, Visitem

Rodrigo Oliveira
15-11-2007


Tudo isto para dizer não á barragem de Fridão


Lutar vale a pena…

Decorria o ano de 2003, quando na tentativa de devolver o respeito e credibilidade a uma instituição local.
Fui chacota de falsos ditos e contraditos.
Depois daquela luta vencida, a credibilidade e o respeito restabelecidos,
Descobri em mim energia e força para novas lutas, e até experiência para enfrentar outras batalhas, descobri também que o caminho trilhado em lutas e batalhas já mais será esquecido, que nem sempre a verdade sobe, que a justiça é cega, mas vê o que mais lhe agrada, que os recrutas correctos nunca chegam a generais, que os piratas nem sempre usam uma pala preta a tapar um olho, descobrimos que afinal os homens não são o que aparentam, que os zig… zag… de uns, são autenticas linhas rectas para outros, enfim descobrimos verdades e mentiras enterradas na mais superficial camada argilosa que até o vento a destapa, mas que pela camada de verniz superficial que a embeleza passa despercebida aos olhos do mais atento dos imortais…
Disse uma vez Napoleão:
Não acordem a China…
Dizia uma sabia Aldeã:
-Quanto mais nos baixamos mais nos vem o traseiro
Como disse António Ribeiro:
- Estou arrependido de não ter chegado mais cedo.
Um progressista que morreu 7 meses depois de entrar em greve de fome no Brasil.

E porque não? Pegar em frases, tão históricas quanto reais bem portuguesas bem populares.

Eles falam, falam…
Quem tem…tem medo…
Os cães ladrão e a caravana passa…
Cão que ladra não morde…
Tretas tuas, trinta e duas…
Enfim, enfim tanto e tanto que podia ser dito.
Mas …
Tudo isto para dizer não á barragem de Fridão, já nos levaram tanta coisa que um dia destes comem-nos o caldo na cabeça e nos á semelhança de outras ocasiões, baseados do princípio da educação damos-lhes umas palmadinhas nas costas e agradecemos-lhes. Com um bem aja e muito, muito obrigado.
Merda, está na hora de nos juntarmos e não acreditarmos mais nas pessoas que nos representam e dizer chega… ou vamos esperar como fizemos ate aqui?
E depois ouvimos o Senhor lá do alto da sua poltrona a dizer a culpa é nossa porque não usamos, os serviços…
Contra tudo e todos vamos mostrar a essa cambada que também mandamos e todos juntos vamos impedir a construção da barragem em Fridão.

Lutar vale a Pena




CARTA DE UM LOUCO PARA UM MALUCO...






Era meia-noite, o sol brilhava entre as trevas de um dia claro e bonito.


Um homem vestido sem roupas com as mãos nos bolsos, estava sentado em pé, numa pedra de pau, a beira de um rio seco, ele dizia:


- Prefiro morrer do que perder a vida!


Naquele momento, logo depois, um mudo disse a um surdo que estava intrigado pois um cego não parava de olhar para ele, enquanto o surdo estava ouvindo o mudo falar, um manco corria atrás de um carro parado.


Bem longe daqui, porém muito perto, um senhor alto, moreno, careca, mas muito baixo, penteava cortando seus longos cabelos loiros.


A noite, durante o sono, senti uma apetitosa falta de comer um prato sem alimentos, também vi peixes nadando na grama verde, tartarugas pulando de galho em galho, enquanto os bois nadavam num lago seco.


Enquanto outros suicidavam-se para viver, veio então um sujeito comendo guardanapo e limpando a boca com um pedaço de bife, assim ele começou a declarar uma poesia, porém calado dizia:


'Mais vale um vivo morto, que um morto vivo'.


Quando acordei com um despertador latindo, deitado no relógio, me preparei para mais um dia de descanso, porém com muito trabalho..."

R.O

O BARULHO SERENO DO CREPÚSCULO




O BARULHO SERENO DO CREPÚSCULO
TRANSFORMA A VISÃO,
OUTRORA ILUMINADA,
AGORA FICANDO CERRADA
PELO ADEUS DO SOL AMIGO
FICANDO APENAS UM ABRIGO
DO HORIZONTE TONALIZADO DE FOGO
SENDO TUDO O RESTO UM JOGO
DE UM AZUL FUGIDÍO E BRILHANTE
SURGE AO LONGE A ESTRELA CINTILANTE
ANUNCIANDO O CAIR DO MANTO
ESCURO, MAS DANDO UM ENCANTO
ÚNICO À NATUREZA ENVOLVENTE
O PERFIL DA ÁRVORE DORMENTE
ADORMECE COLADA AO QUADRO
FICTÍCIO DO ENCONTRO INESPERADO
DO MOMENTO ESPERADO
A NOITE...
1992
(a Rodrigo Oliveira)

Deixem correr a natureza…


Não Á Barragem de Fridão


Á 50 anos atrás eu seria a favor das barragens fossem elas em Fridão, na Régua, Lamego, Boticas, Miranda do Douro, Geres enfim onde quer que se justificasse eu aceitava.
Nessa altura os meios conhecidos na, e para a produção de energia eram escassos.
O que não se verifica nos dias de hoje.

Produções como:
Eólico, Solar, Marítima (ainda numa fase de experiencia) é certo, mas já deu provas de ser um bom alternativo ás barragens.
Então porque? Construir grandes barreiras a impedirem o que a natureza criou?

Como diria o POETA…
Deixem correr a natureza…
É certo que todos dependemos, da energia, mas não é menos certo que também dependemos da natureza para que possamos viver.
Porque não? Harmonizar …
Alternativas existe…
Vamos todos acordar, e impedir a construção de um monstro de betão no rio Tâmega em Fridão.
Unidos conseguimos


Amarante, 25 de Outubro de 2008-10-26.
Rodrigo Oliveira

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

SALVAR O TÂMEGA E A VIDA NO OLO


PETIÇÃO ANTI-BARRAGEM
SALVAR O TÂMEGA E A VIDA NO OLO
Vale do Tâmega
(Cabeceiras de Basto / Mondim de Basto / Celorico de Basto / Amarante)
OUTUBRO v 2008


PETIÇÃO ANTI-BARRAGEM
1. O Programa Nacional das Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH), contempla a construção de cinco barragens, concentradas na bacia hidrográfica do Tâmega, todas a montante da cidade de Amarante.
2. Logo à partida, cinco centrais hidroeléctricas no espaço restrito da sub-bacia duriense do Tâmega, (uma bacia hidrográfica classificada como sensível, por particularmente exposta a fenómenos de eutrofização) para um total de 10 empreendimentos decididos no conjunto do programa para o todo nacional, prenunciam um sacrifício desmesurado para as populações do vale.
3. Com o anúncio da concessão da construção e exploração da «Barragem de Fridão» (Amarante) à EDP, S.A., e das duas barragens no rio Tâmega (Daivões e Vidago) e outras duas em cursos afluentes (rio Beça - Padroselos, e rio Torno/Louredo - Gouvães), à eléctrica espanhola IBERDROLA, S.A a problemática da «cascata do Tâmega» agudizou-se.
4. Transparecendo que o programa foi linearmente determinado pelo lucro mais imediato, assim é que faz tábua rasa dos valores a sacrificar, seja a nível do património histórico e natural, da paisagem e dos ecossistemas ribeirinhos, do valor multidimensional da água, num processo desenfreado e impenitente, que desembocará na completa implosão do vale e na artificialização do Tâmega, da nascente até à foz, pervertendo toda a ordem sistémica e as condições ambientais de suporte natural de vida.
5. Outra pedra de toque desta supremacia do lucro, é o equacionado transvase das águas do rio Olo (Lamas de Olo - Vila Real) para a bacia do rio Torno/Louredo (Gouvães da Serra - Vila Pouca de Aguiar), de modo a alimentar os caudais na barragem de Gouvães, e que, a avançar, irá arrasar irreversivelmente as majestosas e únicas «Fisgas» de Ermelo (Mondim de Basto).
6. Por outro lado, a barragem projectada para Fridão, comporta uma «grande» construção betonada erigida em pleno leito fluvial, interceptando e retendo as águas do rio Tâmega, 6 quilómetros a montante de Amarante, a uma altura 110 metros superior à cota de assentamento do núcleo histórico de Amarante.
7. Para montante, vai estender-se por cerca 42 quilómetros inundando, nos concelhos de Basto os terrenos mais férteis do vale do Tâmega, diversas praias fluviais, e núcleos de assinalável valor histórico e patrimonial, ainda que este tipo de custos estejam sempre implícitos em empreendimentos desta natureza, cujo interesse estratégico se não questiona de base, desde que os ganhos e perdas os justifiquem, numa escala integrada de valores.
8. Mas, em sentido o posto, a proeminência do coroamento da barragem em relação à vizinha cidade de Amarante, segundo o binómio volume-proximidade, passará a constituir uma ameaça inaceitável e sem paralelo, para as populações do Centro Histórico de Amarante, condenadas a viver sob o espectro de serem engolidas pela primeira vaga de uma descarga acidental ou deliberada, por mais remotamente admissível, o que nem este nem qualquer outro qualquer Governo estará legitimado para chancelar, sob pressão, deixando tantas vidas humanas nas mãos do acaso.
9. Apesar destes custos directos ou induzidos, e das ameaças que se perfilam a nível da segurança dos residentes nas zonas ribeirinhas a jusante, o processo corre os seus trâmites, numa cegueira refractária a quaisquer valores do foro das condições de vida das populações locais, do ambiente ou do património cultural e histórico, tantas vezes estruturantes - como no caso de Amarante- de uma cultura secular, e derradeiro esteio de uma economia virada para o turismo, numa região reconhecidamente a mais depauperada do País, a troco de uma ilusória e fugaz animação aquando da construção dos empreendimentos, como o ilustra a albufeira da barragem do Torrão, um desastre ambiental consumado e irreversível, aqui aos pés da cidade de Amarante.
Em síntese, e não contestando a imperiosa necessidade de o País lançar mão às energias renováveis, na medida do sustentável e, dentro destas, ao potencial hidroeléctrico disponível, partindo do que o Programa envolve de excepcionalmente gravoso para as populações do Vale do Tâmega intoleravelmente afectadas pelo PNBEPHE, e com a consciência de interpretar a sua inconformação, vimos recorrer às diferentes instâncias da estrutura do Estado, com jurisdição directa ou indirecta sobre o PNBEPH no sentido de:
- o PNBEPHE, ser reapreciado, também à luz dos objectivos da Organização das Nações Unidas (ONU) consagrados na «Declaração do Milénio» visando «pôr fim à exploração insustentável dos recursos hídricos»;
- conciliar o PNBEPHE, com o quadro de acção comunitária no domínio da política da água», em ordem a, concomitantemente, «garantir um uso eficiente, racional e parcimonioso deste recurso», enquanto desígnio orientador da política de gestão da água em Portugal consagrado no «Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água»;
- respeitar minimamente o quadro legal que estabelece «as bases e o quadro institucional para a gestão sustentável das águas», em concordância com o princípio do «desenvolvimento sustentável»;
- ser inequivocamente preservada a integridade do curso livre do rio Olo, as fisgas de Ermelo, e erradicada do programa o previsto transvase para a barragem de Gouvães (Gouvães da Serra - Vila Pouca de Aguiar);
- e, fundamentalmente, que seja retirado do programa, o escalão de Fridão, cuja concessão e exploração foram adjudicadas, já, à empresa Electricidade de Portugal, S.A. (EDP) pelo Instituto da Água, I.P./Ministério do Ambiente, sob pena de a prosseguir, acarretar não só a total descaracterização da cidade, o apagamento da sua economia centrada no turismo, na naturalidade da paisagem e no diálogo do rio com o conjunto monumental do Centro histórico, e mormente, por razão dos compromisso inaceitáveis para a segurança dos residentes nas áreas ribeirinhas imediatamente inundáveis, na eventualidade, ainda que remota, de uma descarga descontrolada.